quarta-feira, abril 05, 2006

Síntese

"Chorei pelo pai ausente e complicado que tinha, pelos problemas que tinha com minha mãe, pela vida seca de amor que vivia, pelo mundo louco que eu não compreendia, porque tinha que começar a viver e não sabia como, por aquele Jesus que, de repente percebi, existia mesmo afinal de contas, e porque ele parecia gostar um pouco de mim, e que a vida podia ser que não era tão horrível quanto Sartre e Camus me diziam que era. Chorei por quem eu era, e por quem eu não era, chorei de amor por aquele monte de gente ali ao meu redor que eu mal conhecia, e por todos que eu conhecia e não estavam ali para sentir aquilo também, pela beleza da mata de Florestal ao meu redor, pelo frio, pelo calor, por tudo e por nada."
In "O Chamado Radial - A Aventura de descobrir que Deus é maior do que você pensa", de Bráulia Ribeiro.


É assim que Bráulia descreve o momento em que se encontrou com Deus. Um livro que, definitivamente, vale a pena ler.

domingo, abril 02, 2006

Um Novo Começo

Sabe quando algo acontece e te enche de esperança? De repente, é como se uma luz se acendesse no fim do túnel. Como se uma noite que se pretendia eterna fosse nocauteada pela aurora. É como ser tocado por uma fina brisa a acariciar-nos o rosto. Até as cores ganham mais brilho. Engraçado é que, no meu caso, isso significa acordar de um mundo imaginário e encarar a realidade como ela é. Pra muitas pessoas a imaginação é melhor do que a realidade, por isso elas se evadem. Pra mim não. O mundo que só existe na minha cabeça, no qual passo a maior parte do tempo, me faz carregar um fardo extremamente pesado. É nele que gasto grande parte da minha energia. Nele é investida quase toda a minha capacidade de me interessar por algo. A pscologia chama isso de esquizofrenia.

Admiro pessoas do tipo: "Continue a nadar!". Elas continuam correndo mesmo com as duas pernas baleadas, ou melhor, a maioria das balas nem chega a penetrar em sua pele. Esse já é meu lema. Um dia, quando deixar totalmente de viver nesse mundo imaginário, serei uma dessas pessoas. No momento, ainda sou daquelas que caem só com o barulho das balas. Mas as pessoas "Continue a nadar!", dificilmente, sentirão o que estou sentindo agora, ou compreenderão meu atual estado de espírito. Elas não crêem em um fim trágico e definitivo, por isso não precisam descobrir que há mais. Elas simplesmente já sabem.

Vejo um novo dia surgindo em minha vida. Isso, depois de uma noite que de tão escura me fazia ver mais coisas do que realmente existiam. A luz ainda é fraca, é verdade, mas em breve será meio-dia.

Deus, me ajude a acordar e a viver no plano no qual você me colocou.